Que saudades de viajar. Que saudades imensas de sentir aquele frémito nervoso no aeroporto, de me deter em cada detalhe neurótico da minha personalidade que, por inominável fobia, julga sempre que não regressará da viagem de avião.
Que saudades imensas de sentir o pulso a uma cidade desconhecida e cheirá-la, como apenas se cheiram as cidades que não se conhecem.
Que saudades de me sentir sôfrega e trôpega e sôfrega de novo, ao avistar um qualquer detalhe na paisagem que me sufoque a alma de prazer.
Que saudades de me sentir pequena e nada importante e de desaparecer nas vidas dos que ali vivem habitualmente.
Que saudades do regresso e das saudades que ficarão para sempre, de cada viagem, de cada detalhe imortalizado nas fotografias que se revêm vezes sem conta.
Que saudades de ir além do Algarve, sem pressa, nem compromisso.
Que saudades.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 mês
2 comentários:
me too... posso roubar?
Que saudades que eu tenho de ir além do Algarve! De sair das suas fronteiras quando todos os demais se abancam por cá!
E para mim não precisa de incluir aeroporto... basta ir!
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