Às vezes penso que se as mães portuguesas tratassem os filhos rapazes de uma maneira menos "maternalista", estariam a contribuir para o crescente sucesso deste país em muitos aspectos.
Porque é que insistem em continuar a dizer: "Deixa estar filho eu faço"; "É só sentares-te à mesa, o jantar está pronto". Ou pior e mais gritante ainda, quando os filhos já passaram dos 30 e ouvem: "Fiz a tua comidinha preferida meu querido, como mais ninguém sabe fazer". O que descodificado dá: "Comidinha desta não te faz a tua mulher".
Ah pois não, não faz. A mulher não põe chouriço, enchidos, não frita batatas por tudo e por nada, não tritura batatas para fazer puré natural, usa cebolas congeladas de vez em quando para desenrascar,não saca de um doce conventual de um minuto para o outro, como que por magia, nem recita o livro de Pantagruel de trás para a frente.
Mas a mãe do menino continua a fazer tudo isto e muito mais até à eternidade, como se quisesse passar a mensagem subreptícia de que na sua casa vai ser sempre melhor, de que o filho, no fundo, jamais deveria ter saído do ninho.
Por favor mamãs de meninos, deixem-nos sair debaixo das vossas asas. Se os amam, se os querem ver felizes com as respectivas esposas, recuem quando não forem chamadas e avancem apenas quando precisas forem.
Criem homens independentes, capazes de tomarem decisões, capazes de fazerem uma refeição por obrigação e não apenas quando se sentem inspirados, capazes de escolherem uma camisola sem precisarem do vosso conselho e, mais importante do que tudo. Criem os vossos meninos de maneira a saberem programar uma máquina de lavar roupa, por favor.