Entre os meus traumas de juventude contam-se alguns episódios urbano-humilhantes, daqueles que nos fazem querer escavar um buraco para nos lançarmos no interior da terra até ao inferno.
Um desses episódios foi uma entrada atrasada no meu querido Quarteto (sala de cinema em Lisboa) e na escuridão do filme que começava malogradamente com uma cena nocturna, ter-me espatifado em pleno corredor, ladeada por filas e filas de cadeiras. Consegui ouvir os risinhos abafados e tudo. Remeti-me ao meu lugar e não me movi durante o filme inteiro, acho que nem dormi nessa noite, tal a humilhação.
Outra humilhação marcante foi numa corrida para apanhar o autocarro (ainda adolescente) ter-me espatifado também e ter visto os olhinhos de alegria dos passageiros que tinham ganho o dia com aquela cena agitada no meio da pasmaceira matinal.
Desde então que me recuso a correr para apanhar um transporte. Posso andar depressa cheia de classe, como se não quisesse nada com aquela carruagem de metro, como quem está só de passagem, mas correr jamais na vida. Até porque regra geral acabava sempre com as portas fechadas no trombil e um sorriso amarelo...
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 mês
12 comentários:
Meu deus!! Como eu ADORAVA ter assitido!! Mas não é mais humilhante que seres cagada por um pombo do tamanho de uma vaca em plena via pública...
O saudoso Quarteto, sim:)
E como correr dá ar de stressado, mais vale mesmo andar depressa, que dá assim um ar de desempeneirado:)
Ks
Ah, as humilhações públicas! Tenho uma lista interminável das que passei... e das que fiz outros passar! eheheheh ;)
Sempre adorei o Quarteto, era daqueles cinemas com um feeling muito bom e ía lá tantas vezes! Senti muita pena vê-lo de portas fechadas a cadeado, escuro e cheio de pó a última vez que estive em Lisboa...
essa históris do autocarro podia ter sido eu a contá-la....
Uma senhora nunca corre... desliza suavemente pela rua!!
E já que estamos a falar de humilhações públicas imagina o seguinte cenário: vais numa rua com uma amiga e mais à frente vês um grupo de rapazinhos que até te apetece impressionar. Como não queres denunciar o teu interesse num dos rapazinhos, fazes de conta que vais muito embrenhada na conversa com a amiga... tão embrenhada que não vês o poste de um candeeiro de rua e dás de trombas com ele! Até querias disfarçar, mas ficaste imediatamente com a maçã do rosto negra - e não é rosada: é negra, porque por acaso és daquelas pessoas que fica com uma nódoa negra com um beliscão!!
Agora imagina a vergonha que foi ouvires os rapazinhos a rir e não haver por ali um buraco para te enfiares!!
O que fazes?!
O mesmo que eu fiz: desatas a rir à gargalhada como se tivesses achado um piadão à coisa e vinte anos depois ainda te lembras do incidente como se tivesse sido há duas horas atrás!!
São coisas!!
;)
Miguel eu sei que adorarias ter visto, mas temos pena, só uma centena de pessoas é que viu :)
Caca de pombo é um forte meu também, perdi a conta às vezes que fui atingida por merda de ratazana com asas...
PP Fantasma não se corre nunca para apanhar um meio de transporte, não tem charme nenhum ;)
Raquel todos os cinemas fora de centros comerciais têm os dias contados. Vamos lá ver quando é que é a vez do King...
Lia és perita em quedas públicas então :)
Ana. Isso podia ter sido tirado de um filme. O poste é um clássico, mas graças a Deus nunca me aconteceu...
Agora cair das escadas abaixo de uma discoteca e quando cheguei ao ultimo degrau ter cruzado a perna a fingir que tinha sido tudo propositado...
Pois, do filme (de terror) da minha adolescência!! Que época parva da minha vida!!
;I
Como eu te entendo!! Eu só corro se a miuda estiver em sarilhos graves e por sarilhos graves leia-se estar a esvair-se em sangue.
Em vez de correr, ando depressinha, vá!!!
Enviar um comentário