Se algum dia me passasse pela cabeça gostar de ser outra mulher, a Laurinda Alves seria certamente a mulher que almejaria.
Tem uma casa com soalho em madeira e vista sobre Lisboa, anda sempre de máquina fotográfica no bolso para imortalizar as coisas mais inesperadas com que se cruza, fazendo-o sempre com uma sensibilidade ternurenta, faz voluntariado nos cuidados paliativos e conta-nos como vê a dor, o próximo, a família com palavras doces sem abandonar a noção da realidade. Tem amigos de todo o mundo, de todas as cores, de todas as inclinações e dá jantares descontraídos onde conversam pela noite dentro. Tem um filho que toca piano e ensaia em casa, enchendo as paredes de notas de música. Frequenta cursos onde se preenche do que acha importante, sorri com simplicidade, escreve bem como tudo e é humilde.
Às vezes parece-me uma vida demasiado boa para ser real, mas era exactamente assim que queria ser se algum dia quisesse ser alguém além de mim.
Teleconsulta no SNS às três da manhã
Há 1 semana
7 comentários:
Pelo comentário que me fez um dia destes ao jantar, o meu marido pensa o mesmo...com as devidas diferenças, claro!
Cláudia acho que não percebi, o teu marido gostava que fosses como a Laurinda, ou gostava de ser como a Laurinda? Nós podemos achar isso de nós mesmas, mas eles estão proibidos de nos quererem diferentes, está bem? ;)
E no entanto sente-se na Laurinda uma tristeza nas entrelinhas...
É também uma pessoa que admiro muito.
Muitas vezes, quando a leio, também sinto uma vontade enorme de ser como ela (e não inveja dela!). Gostava de atingir aquele estado de serenidade que se sente quando se lê o blogue e se veêm as fotografias. Como será que se chega lá?
Bjs
Concordo em pleno, é um gosto passar pelo espaço dela
Não era ele que queria ser como ela...penso que se fereia sobretudo à profissão!
Quanto a mim ela tem algumas qualidades que eu também não me importava nada de ter...
Bem...não deves ter percebido nada de novo - a pressa é inimiga da perfeição!!!
O meu marido não quer que eu seja como a LA, era para ele que estava a desejar a vida dela, no que à profissão diz respeito, claro!
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