Gostava de poder dizer que é fácil, cor de rosa e de outras tantas tonalidades fofinhas, mas a realidade é que um casamento depois da chegada dos filhos passa por caminhos duros, cheios de socalcos e descidas íngremes. Temos dias em que nos limitamos a remar, sem conversa desnecessária, sem romantismos, sem tempo para perder tempo, sem balelas, apenas palavras de ordem, como os remadores profissionais perfeitamente sincronizados.
Os nossos músculos dependem dos músculos do nosso parceiro e sabemos exactamente onde temos que exercer mais força e onde poderemos esperar a força dele. Se esta sincronia falha, tudo resvala e a velocidade perde-se. Ficamos à deriva.
Temos que saber entender que os primeiros tempos da paternidade são apenas isso, primeiros tempos e que muitos outros dias virão, cheios de nós enquanto casal e cheios de nós enquanto pais, sem exclusões.
Mas ao princípio é duro e não é tanto o amor que vence tudo, pois o amor também pode ser minado por tantas pequenas obrigações e rotinas, é a cumplicidade, é termos ali ao nosso lado alguém que rema connosco sem hesitar e que quando a noite cai e o silêncio apazigua o nosso corpo cansado, nos dá a mão sem pedir mais nada.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 dia
10 comentários:
Tens tanta, tanta razão....
Bjos
Lindo texto.
É tão verdade.
Ana C., obrigado por conseguires por em palavras aquilo que eu penso e simplesmente não consigo...
Um casamento é também os remadores remarem no mesmo sentido, em direcção a uma mesma meta!
Não resisti a partilhar este texto no meu blogue (com a autoria bem identificada, calro!) tal a forma como me senti próxima do sentido das suas palavras.
Os seus textos são inspiradores.
(http://muitashorasdeconversa.blog.pt/)
Parece-me que estás muito certa, Ana.
gostei tanto da última frase. do resto também, mas fechas tão bem :)
:-) Nem mais!
Amen. Este casal de remadores que o diga! E os casais que dizem que e' muito fácil reencontrar o equilíbrio devem ter duas empregadas e três babysitters.
É tão, tão verdade...!
Senti, e ainda sinto, às vezes, que não sobrava tempo para nós os dois porque os outos dois nos sugavam.
Lá conseguimos equilibrar o barco. Mas com esforço. E muita dor nos braços ;)
O texto está Fantástico!
Li este texto através de um comentário num post meu da jmalho. parabéns, está fantástico :)
Consegues escrever tudo aquilo que ainda não tive coragem de escrever ou capacidade de reproduzir.
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