Enquanto bebes o teu leite com chocolate e trincas os mini-queijinhos flamengos que adoras, olho-te e deixo que a minha admiração transborde.
Gostas do Garfield e do Snoopy (tal como eu), ris-te com o Homer Simpson, apesar de não perceberes nada do que ele diz e eu olho-te e deixo que a minha admiração se entorne pelo que resta de mim inteira.
Tens dois dentes de leite que já abanam das suas frageis estruturas e eu sinto já saudades dos teus pequenos dentes cor de arroz, que sempre definiram o teu riso. Ver-te com um sorriso de dentes crescidos, vai deixar-me triste e contente ao mesmo tempo, como se ficar triste e contente em simultâneo, fosse a nossa melhor definição.
Olho-te com o teu irmão, na praia, no teu quarto, dentro da pequena tenda que vos comprei e adoro a forma como o apertas e a paciência infinita que tens com as birras dele (é claro que nem sempre tens paciência, mas quando tens compensa tudo).
Olho-te com os teus livros de dinossauros, com os teus óculos escuros do Winnie the Pooh. Olho-te na natação, nas tuas pequenas conquistas e coragens e sinto-me afogada na imensidão que é isto de ser a tua mãe.
Como é que eu sou a tua mãe? Eu, uma pessoa desajeitada, tímida, que, em tantos aspectos, ainda se sente mais filha do que mãe.
Como é que eu sou a tua mãe, Alice?
Ontem disseste-me que eu e o pai te escolhemos antes de teres nascido e eu tenho que te dizer que, ainda que tivessemos podido escolher como serias, jamais teriamos sonhado com tanto.
Não imagino a minha vida sem a tua vida dentro.
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5 comentários:
E não há nada melhor do que isto que descreveste!
Lindo, como sempre. Adorei. É um amor que só sabe avaliar quem é mãe.Por muito que se diga, só sentindo.
Sou FÃ.
Querida Ana, dos textos mais bonitos, mais ternos que já li, por esta esfera. Fico sem palavras, por isso envio-te um grande, grande abraço e um :D
Obrigada pela partilha.
E é meiguinha. Como deve ser bom ter uma filha meiguinha :)
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