sexta-feira, 13 de abril de 2012

Eu e o Co-Sleeping



A sério, eu entendo tudo e todos os argumentos que defendem o co-sleeping, nome giro para tudo ao molho e fé em Deus, mas estou convencida que se aceita isto e se classifica e explica e defende, só para animar os pais, que não conseguem, porque simplesmente não têm força anímica às tantas da madrugada, para contrariar a criançada e eu entendo.
Falo por mim, mas nunca consigo dormir com a cama cheia. Tirando de manhã cedo, quando chove lá fora e nos enroscamos todos naquele sono levezinho, cama cheia, para mim, é sinónimo de insónia e insónia é sinónimo de falta de forças para respirar no dia seguinte.
É claro que não é uma regra inflexível. Tudo muda quando há febres, tosses, viroses, mas a realidade é que o co-sleeping não é para o meu organismo. Depois como é que se pára o hábito? E se eles continuam até aos 20 anos?
Aprendi, às minhas próprias custas, que introduzir hábitos que nos "aprisionem" (e aqui falo de todos) significa escavarmos uma espécie de "buraco", de onde depois não conseguiremos sair facilmente.
Mas isto sou eu e nada garanto em termos de para sempre, nem de coerência nesta cena da maternidade. Eu quero é que seja bom e fácil para todos e o que é bom e fácil para mim, pode muito bem não ser para os outros, bem sei.

12 comentários:

Melissa disse...

Eu já tive muitas opiniões sobre o assunto e depois deixei de ter. A sério, deixei mesmo. Whatever works.

Nesta casa, quem sempre decidiu onde dormir foi o Gabriel. De uns meses para cá dorme a noite toda na cama dele (e confesso que bate uma saudadinha, embora dormir com pontapés seja uma merda).

Melissa disse...

O que sou contra, mesmo contra, é um pai de um bebé ir contra os seus instintos em nome do que acha certo do ponto de vista educativo. Vale para qualquer situação, seja dormir junto ou separado - ou qualquer outra situação MESMO.

macaca grava-por-cima disse...

pois... assunto controverso... Até agora (M. tem 16 meses) ainda nunca dormiu na nossa cama... nem na ronha de manhã... foi uma das coisas em que a pediatra se mostrou mais inflexível (algo que ela não é nada) e nós temos procurado seguir esse conselho, sendo que era algo que já tínhamos planeado fazer: evitar ao méximo o co-sleeping. Até agora, não aconteceu, mas nestas coisas da maternidade não dá para atirar pedras nem para dizer nunca.

Rainha disse...

Estou contigo. Por vezes até acontece mas não consigo dormir bem. E parece-me que nem ela dorme tão bem, ainda que não o saiba. Contudo por vezes é inevitável (ou quase, porque o descernimento a meio da noite anda atordoado).

triss disse...

Cada um sabe de si, e deus sabe de todos.
Mas eu não sou adepta do co-sleeping (exceptuando viroses, febres etc). Não só porque não dormimos nada (dizem, porque nunca experimentei), mas porque acho fundamental um bébé/criança ter o seu espaço, físico e psicológico. Há o espaço só deles, o espaço só dos pais, e um outro espaço da família.
Não convém nada alimentar o narcisismo normal e passageiro (em alguns casos) dos miúdos ...

Naná disse...

Também não sou adepta do co-sleeping pela mesma razão que tu: no dia seguinte não consigo respirar ou mesmo funcionar. Para mim é sinómino de zero dormir e zero descanso.
Curiosamente o Filipe nunca mostrou vontade em dormir na nossa cama... e acho que em 3 anos não dormiu na nossa cama mais que umas 5 vezes.
No entanto, se tiver outro filho já não sei se terei esta mesma sorte...
E não tenho presunção nenhuma sobre outros pais que optam pelo co-sleeping. É como diz a Triss, cada um sabe de si e decide o que é melhor para si e para os seus!

gralha disse...

Com as crianças (tal como com os adultos), cada um lá sabe com quem quer dormir. Os meus adoram as caminhas deles, benzósdeus!

Ana C. disse...

Eu passei por uma fase com a Alice, em que ela só adormecia ao meu colo. Tudo começou de forma idílica e eu sentia-me a mãe mais poderosa do mundo e mais confortada com aquele bebezinho em cima de mim. Passados uns meses transformou-se numa tortura, numa prisão e foi um inferno para habituá-la a adormecer sozinha.
Daí o trauma dos hábitos que custam a perder.........

Ana C. disse...

Mas, verdade seja dita, eu também tenho sorte, eles adormecem bem nas suas camas :)

_ba_ disse...

Infelizmente (ou não) o meu gosta muito de dormir comigo ...por isso ou saio eu ou o Pai da nossa cama. Desde que nasceu que o Pai não acordava e eu, às tantas, já de rastos acabava por adormecer com ele no peito e tudo ...o tempo foi passando e cá continuamos ...se no inicio ele era um "montinho de gente" hoje dou comigo a contemplá-lo e a ver as caretas que faz. Habituei-o a pôr as pernas nas minhas (desde que era um montinho) e ainda hoje ele faz isso ...mas está a fazer 6 anos e eu bem lhe digo que tem que ir para a cama dele mas já sei que me espera uma bela luta pela frente...mas também me custa horrores perder aquele "nenuco" que está ali ao lado mas também me chateia que faça tudo no quarto dele menos dormir ...não sei que diga. Cada caso é um caso mas neste a culpa foi minha ...mas o cansaço acabou por me vencer ...

Ana C. disse...

ba, entendo-te muito bem. Foste cedendo ao cansaço. Eu também já cedi ao cansaço em muitas circunstâncias, mas a longo prazo, custa-nos muito mais essa alternativa.
Vermos que eles podem e conseguem adormecer serenos, sem ser apenas perto de nós, também nos preenche.
A tarefa mais lixada nisto de ser mãe, é controlarmos quanto é que é sansato deixar ir e quanto é que é sensato prender a nós.
Se faz algum sentido, eles sentirem-se protegidos na nossa cama, também me faz muito sentido, que eles se sintam seguros na sua própria cama...
Enfim, boa sorte para o que quer que decidas fazer ;)

_ba_ disse...

Sempre fiz o que me manda o coração e não fui atrás de livros ou de diz que disse. Tendo sido Mãe aos 37 anos tive muito mais calma, "estupidez natural e descontracção" que as mais novas ...e também hoje há muito "histerismo" ...mas nisso pequei...e sim vai-me sair "do pêlo" mais vai ter que ir para a cama dele ...e sim boa sorte para mim :-)