Manifestações onde os polícias descarregam frustrações nos manifestantes e onde um dos suspeitos de ter lançado um betardo, alega não ter passado de um estalinho de carnaval e afirma ter partilhado uma chouriça com a polícia.
Cortes de mais subsídios, especulações sobre a eternização do roubo do 13º e 14º mês.
Fecho de mais serviços de urgência nocturnos, taxas de desemprego que sobem, Presidente da República que se recusa a comentar, pois nunca está no lugar oportuno, nem na hora adequada e quando decide abrir a mandíbula, é para arrotar alarvidades. Concordo, tal como ele diz, que não está no lugar certo, pois imagino-o sempre a fazer patuscadas no quintal da vivenda Mariani, de chanato no pé e t-shirt manga cava, ao invés de conversações sobre o estado da nação.
Manifestações que me deixam presa numa interminável fila de trânsito, com o miúdo a ter ataques de pânico, só para perceber que desfilam envergado os trajes de rancho e, provavelmente com chouriças também e acordeão.
Greves que deixam quem paga o roubo do passe, sem passar para lado nenhum.
Ministros com cara de verme gosmento, outros com cara de sapo lambido. Deputados novinhos e betinhos, que entendem tanto da vida como um jovem adolescente a beber margueritas na discoteca Lux e que, no entanto, ousam ditar os nossos destinos, com o peito cheio de nada.
Supermercado mais caro, gasolina a níveis nunca vistos, facturas de electricidade, onde a maior parte do nosso dinheiro vai para merda, alheia ao nosso bem estar.
Notícias na internet que dão conta da crise, despida, transvestida, exposta, minuto a minuto, para nos atormentar em pequenas doses diárias de fel.
Farta, farta, farta, farta.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
7 comentários:
Tivesse eu a alma mais lavadinha do que tenho hoje, e teria imensas coisas simpáticas que tambem existem nestes dias de miséria e dir-te-ia que são essas que temos que valorar e celebrar.
Mas logo calha hoje, em que estou a soltar labaredas pelas fuças e de maneiras que nada de bom tenho para te consolar excepto que podes encostar a tua cabeça no meu ombro ou no meu peito que eu chorarei contigo.
Estamos a viver num país de filhasdaputa e eu (tambem) nao sei onde é que isto vai parar.
:-(
Posso juntar-me a ti, nessa sensação de fartazana deste quotidiano!?
Estamos entregues aos bichos, não tenho a minima dúvida!
Concordo com cada palavra!
Um desabafo que todos os dias "rezo".
Respiremos, enquanto não tivermos de pagar impostos por isso.
L.B.
Valha-nos a saúdinha, os nossos filhos que nos aquecem o coração e o verão que não deve tardar.
(esta positividade é "derivado" a ter mamado meia tablete de um crunch, às 10h30 da manhã)
É por isso que já quase não escrevo. E menos ainda falo.
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