Digam o que disserem, somos um povo peneirento.
Os nossos médicos são peneirentos, os advogados peneirentos são, os estudantes da grande maioria dos cursos são peneirentos. Os nossos políticos, meu Deus, os nossos políticos são peneirentíssimos e mesmo quando decidem ir para o trabalho de mota (sim, eu própria caí na esparrela desse quadro encenado) são peneirentos e afastados da realidade. Nada a ver com os ministros do Norte da Europa que vão para o trabalho de bicicleta e comem na cantina com o resto da malta, como se isso lhes tivesse na massa do sangue.
Agora, o que me deixou de queixo caído até aos cabelos, foi aperceber-me que também temos emigras peneirentos.
Ontem, quando entrevistados numa bomba de gasolina sobre como o aumento dos combustíveis os afectava nas suas vindas à terra, todos eles afirmaram, do alto da sua grande vaidade, que não lhes faz la diference e que lá em Paris de França também não deixavam de ir abastecer por causa dos preços.
Esta mentalidade do trolha, ou taxista em Paris da França, que chega ao Tugal e dá ares de sultão das arábias, é rigorosa e absolutamente fascinante.
*E ignorem toda e qualquer semelhança deste post com um post peneirento.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
9 comentários:
Eu cá "gosto" é de ouvir alguns a falar de Angola. Ainda é colónia. Não sabia.
Peneirentos, mas muito broeiros...
Mas porquê, é porque dizem que não deixam de abastecer por causa do preço? Se calhar a maioria dos portugueses também não.
Eu sei que não era para mim, mas começa-me logo a doer a costela emigrante. *
Margarida, nada disso, sua emigra, foi a forma peneirenta como o disseram. Como se nadassem em piscinas de dólares logo pela manhã.
Um beijinho à Ana C. *
Somos peneirentos sim senhora! Num país em que a taxa de desemprego em recém-licenciados é o que se sabe, ainda há muita gente que acha que só pode ser alguém na vida se for doutor! Peneiras!
Os emigrantes acho que têm uma justificação diferente para as peneiras. A maior parte deles tem uma vida bem dura durante todo o ano e quando chegam à terrinha, querem sim tirar a barriga de misérias! Conheço uns senhores que durante os 25 anos que estiveram emigrados não form uma vez ao teatro, uma vez ao cinema e jantares fora, contam-se pelos dedos de uma mão - em 25 anos! Era trabalhar arduamente e pronto. Mas em agosto? ... Who let the dogs out?!!!
A taxa de desemprego dos recem licenciados é a que se sabe e a dos outros os que não se licenciam também é a que se sabe (i.e. muito maior).
Em relação às peneiras concordo, somos um povo que maioritariamente é peneirento. Mostrar. Mostrar. Enfim.
Mas há pessoas simples. Independentemente do que têm ou não. Do que são ou não.
=)
Bom, parece que não fui só eu que reparei naquele estilo "então mas vocês estão para aqui a fazer-me perder tempo com o preço dos combustíveis?! Isso para mim são trocos."
Eu gostei mais do: "Não faço atenção a isso".
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