É um dos clichés mais batidos do mundo.
É utilizado como conforto, como motivação, como ânimo, como alento. Como incentivo a continuarmos em frente, apesar de tudo.
Mas, para mim, sempre foi a frase mais avassaladora do mundo.
Não há qualquer tipo de conforto num "a vida continua".
A vida, por vezes, devia parar por nós. Se não a vida, os outros, se não os outros, nós próprios.
A solenidade dos nossos problemas, dos nossos dramas, deveria ser respeitada pela vida, nem que fosse apenas por um segundo.
Os filhos deixariam de pedir que lhes limpássemos o rabo, os maridos e mulheres deixariam de sentir fome e carências afectivas, o trabalho não revestiria a urgência de alimentar a família, a família não pediria nada, não nos pediria nada.
E é isto que penso de um "a vida continua". Sim, é claro que a vida passa bem sem nós e prossegue nos dias e minutos, sem nos oferecer a menor importância. No seu egoísmo de vida. Todos sabemos isso. Mas, caraças, às vezes era bom a vida parar por nós, sim, nem que fosse apenas por um minuto.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
3 comentários:
Mesmo, mesmo verdade.
La la la. life goes on, oh la la la la lá... vês como eu sou boa a cantar...
Sempre detestei essa expressão... a vida continua...
A vida tem uma falta de respeito imensa pelos nossos momentos, é o que eu acho!
Passa demasiado devagar quando não estamos bem e demasiado depressa quando só queríamos abrandar...
No fundo, é uma cabra!
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