Ontem lá fui eu a mais uma consulta, desta vez (e porque a minha médica em Agosto só atende lá) no British Hospital, que de British só tem o nome mesmo.
E enquanto o meu poiso habitual pulula de grávidas que acariciam o ventre em êxtase e sorriem face a qualquer mal estar, aqui esperavam a sua vez com os respectivos papás, grávidas determinadas, ferozes donas da verdade universal sobre todos os truques da maternidade. Pareciam conhecer-se umas às outras e olhavam-me de lado, como quem diz: Olha esta é nova! Olha vem sozinha, será mãe solteira?
E lá foi a Ana ouvindo as mamãs, quanto mais não fosse para se entreter na espera.
- Eu não vou dar chupeta ao meu, acho que depois é pior para pegar na mama.
- Achas? Eu ouvi dizer é que não se deve dar nunca biberon, que depois habituam-se a chupar na tetina e não querem a mama.
- Eu quero dar mama pelo menos até aos 7, 8 meses.
Além de me soar tudo um bocadinho a conversa de vaquinhas numa leitaria, sorri pela ingenuidade que ambas acalentavam no peito (literalmente). Tantas certezas, tantas verdades incontestáveis impingidas às pré-mães em cursos, livros da especialidade. Tanta segurança.
Enquanto as ouvia debitar só um pensamento me percorria por dentro: Que esteja tudo bem com ele, o resto trilharei com grande flexibilidade, sem leis universais, sem certezas programadas.
Sei que essas leis não estão compiladas num Código, obedecendo a artigos. Essas leis fazem-se no dia a dia, após cada noite em claro em que se fica a conhecer mais um bocadinho aquele minúsculo ser. Essas leis são diferentes para cada filho, para cada mãe, mas não necessariamente certas, ou erradas. São simplesmente as que melhor se encaixam.
Isto da maternidade não é senão um constante encaixe até se encontrar a melhor posição.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
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29 comentários:
Olha, se calhar já experimentaste, mas alargaste a tira das Birken? As minhas estão no último furinho porque também tenho o peito do pé largo...
Agora vou ler o post :-)
Não sou mãe, como sabes, mas modéstia à parte sei umas coisas (de tanta observação e escuta atenta - que nem toda a gente faz, mas eu da vida levo o saber que também me é transmitido pelos outros, por isso oiço muito e o melhor que posso). Isto para dizer que te compreendo muito bem. E que é bom sabermos o que achamos que vamos fazer, pelo menos é uma orientação, mas bom também é sermos flexíveis e termos capacidade de adaptação. E isso é válido para tudo na vida, e para a maternidade também deve ser. Digo eu que não sou mãe :-)
Grande verdade... não há verdades universais no que toca a bebés... eu durante a minha gravidez também só queria saber se ele estava bem e se era lindo!
Como estava a ser mamã pela primeira vez decidi adoptar a postura de depois logo se vê como será e se outras mães sabem como fazer, eu também saberei, nem que seja por erros e tentativas. No entanto, posso garantir que aprendi alguns truques com amigas minhas já mamãs. Tu Ana já sabes alguns porque aprendeste com a Alice, mas não há dois bebés iguais e o que resulta com um não resulta com o outro...
O que me propus durante a gravidez e pedi para que conseguisse foi o amamamentar em exclusivo até aos 6 meses, mas sempre com o receio de o peito não querer colaborar. Mas hoje sorrio rasgadamente de orgulho quando os médicos me perguntam isso e eu respondo que sim e eles me dão os parabéns por ter pensado no bem-estar do meu filho...!
Não há como a experiência e como dizes, tudo se aprende com as noites em claro. E são tantas, valha-me Deus! Isso é que devia ser explicado às futuras mamãs, porque tantas vezes lhes vai apetecer morrer e nascer de novo, loucas com a falta de sono!
Beijinhos Ana C
Eu, de quase todos os planos que fiz, poucos ou nenhum me saíu bem... O raio da garota trocou-me as voltas e lá tive eu que lidar com o imprevisto...
E eu que até tinha comprado uma cadeira especial de baloiço para amamentar... ahahahahahahah Além de ter odiado, amamentei apenas 2 ou 3 semanas por que fiquei sem leite. Hoje a cadeira (gira que se farta, por acaso), está orgulhosamente na minha sala e costumo dizer "esta é a cadeira que me faz lembrar que não, não podemos prever nem controlar tudo".
Escusado será dizer que NUNCA dei de mamar à miúda sentada naquela cadeira!!!!
Acho que não é preciso ter ja passado pela experiencia de ser mae e de criar um ser tao pequenino primeiro dentro e depois fora de nos, para saber que as teorias pouco valem... ou entao sou eu que penso assim, pois detesto planos e teorias!
CUSPO sobre gente de nariz empinado que debita teorias - grávidas inclusive. É que as teorias vêm sempre com a sua dose de crítica e julgamento.
PXUU
PXUU.
British Hospital? Ui, ui que tias da linha de cascais que somos!! ;)
De facto, a maternidade (e a paternidade, que neste assunto os papás ficam sempre de fora) é um jogo de adaptação entre mãe e filho. Uma especie de Tetris de rotinas e necessidades. E quanto a dogmas da maternidade, como a amamentação, caga neles!
Mother and baby? Tudo bem?
Eu fui mãe com 22 anos e a minha filha já não é bebé, mas lembro-me muito bem, quando ia às consultas, das certezas e verdades das outras mães. Meu Deus, como me assustavam!
Não haja dúvidas: A maternidade é um constante adaptar...até sempre!
haha o Miguel fez-me agora lembrar os enfermeiros do meu centro de saúde. Cada vez que eu ia lá e dizia que também era seguida no privado, levava com "o olhar".
Ahhhh sim senhora, estamos bem, estamos...
Ahhh, privado? Anda a pagar 100 eur por ecografias quando podia fazê-las de graça, é esperta, é... Uns olhares mortíferos!
lá tinha de vir com a ladaínha do tenho SEGURO, pago 10 eur por consulta e por ecos, Alguma vez pagaria 100 eur por exame, etc etc, mas já era tarde, mesmo com os crocs da feira de Carcavelos, para eles eu valia tanto quanto uma lôra de BM.
Saía de lá sempre morta de riso, a achar que o meu CS era o último reduto comuna da linha.
Nada como te deixares guiar pelo instinto. teorias temos todas muitas.
:)
Que mania esta que o gajedo tem de seguir carneiragem...
Já passei pela extraordinária experiência de sentir o desenvolvimento da vida acontecer dentro de mim 3 vezes ...tenho um contrato vitalício de prestação de mimos, carícias, conselhos, raspanetes, com cada um deles!
E posso dizer que sou mãe de 3 filhos únicos, porque não se educa da mesma maneira 3 pessoas distintas entre si na personalidade, nas necessidades, nas vontades.
Por isso, faz-me uma certa confusão esta história das certezas. A minha (nossa, porque também do pai) posição foi ir "andando e vendo" e decidindo.
Não tenho certezas absolutas em relação a quase nada, senão em relação ao laço de amor indestrutível que se estabelece com cada um dos nossos filhos.
A minha primeira e primordial preocupação quando ainda estavam dentro de mim foi sempre: é saudável? sim, porque lindo(s) eu já sabiam serem ... de morrer ... porque são meus!
Ora nem mais!
Acabei de chegar mas já fiquei fã!
A partir de amanhã vou explorar este cantinho com mais atenção.
Assim mesmo é que se fala! Abaixo a guerrinha do percentil!
Precis muitas vezes estarmos presos a regras de conduta que vêm nos manuais, pode levar-nos à loucura do perfeccionismo materno...
Naná erro e tentativa é a palavra chave sim senhora :)
Mas muitas vezes o bem estar do nosso filho passa por sabermos desistir da mama, entendes? Entendermos que não e estamos a escolher entre cianeto e leite materno.
Acho mais importante não lhes darmos fast-food ao pequeno almoço no futuro, do que um biberon com leite controlado...
Não temos que nos martirizar por isso. Se der perfeito, se não der, não é grave.
Diabinhos penso que a falta de sono só se entende quando se passa por ela mesmo. Nada, nem ninguém nos prepara para ela :)
Olha nem me lembres que já estou com stress antecipado...
Joanissíma eu estou no teu grupo. Só não comprei a cadeira para amamentar (ai que romântico, adoro), de resto, tenho uma série de compras que me recordam o meu falhanço em muitas coisas que tinha como garantidas...
Hannah tens toda a razão, afinal de contas a própria vida é assim. Ensina-nos todos os dias que as teorias são boas aí mesmo, na teoria...
Melissa sentiste o meu escarro bem puxado? Vamos ver quem cospe mais longe. Ah Ah Ah
Miguel o British tem ADSE e todos os seguros possíveis e imaginários, estava apinhado. Eu paguei 12 euros pela minha consulta, pois tenho Médis (sabes o que é?). Ah pois é bebé, hoje em dia quase toda a gente pode ter acesso a consultas e partos no privado.
A analogia com o Tetris está perfeita :)
Ginguba mother and baby are just fine :) Voltei a ver o baby numa ecografia rápida de consultório e lá estava ele com as mãozinhas no rosto pequenino...
Não há nada mais assustador do que ouvirmos as outras mães quando estas se julgam detentoras de toda a verdade...
mjoaob também me lembro de andar à procura do meu instinto e de ele nunca mais dar a cara :)
Kitty carneiragem é pouco. Neste caso é mesmo vacalhagem :)
mãeee Ahhhhh por isso é que a palavra mãe está com tres E's!!!! Sou mesmo lenta.
Concordo contigo, se é lindo, ou feio, nem passa pelo rol das minhas preocupações. Eu quero que seja saudável, é a minha única preocupação...
Marina :) É tão engraçado ver a quantidade de mães que sentem como eu...
Ni Bem vinda!!!! Mas tu nem me fales no percentil. Isso é mais depois de nascerem. Começam as comparações. Até as medidas da tola são comparadas!!!
Oxalá fossem todas assim!
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