Durante toda a minha juventude repousei um pé no melodrama e outro no bom humor.
Se sabia de algum filme que pusesse a plateia a chorar, ou de algum livro cuja história de amor terminasse de forma trágica lá estava eu no dia da estreia, ou devorando as páginas do romance até as lágrimas inspiradoras saltarem dos meus olhos comovidos. A neura sempre me inspirou de uma forma quase divina e quanto mais fundo descia nesse estado de espírito adolescente, mais me dava para escrever coisas profundas à brava.
Se não me fizesse chorar não prestava. Se a história retratada não envolvesse alguma dose de sofrimento amoroso não me soava real, pois para mim, as histórias inesquecíveis eram as que me faziam suspirar durante dias a fio. Não tinha rigorosamente medo nenhum da sensação de tristeza, muitas vezes abraçava-a até como alguém que abraça uma bebida inebriante.
Mas por mais esquizofrénica que possa parecer era também a adolescente mais bem humorada da turma. Não havia nada que não fosse sujeito ao meu escárnio bastante irritante. Tudo era possível de converter em riso e até tinha o costume de me reunir com uma amiga à noite só para podermos assistir ao mítico "Perdoa-me" com a Fátima Lopes e gozar do primeiro ao último segundo. Mas era um gozar com ciência, com detalhe e não um gozo rasco qualquer.
Hoje em dia olho para mim e vejo que não mudei tanto assim. A única diferença é que já pouca coisa me faz chorar e tanta, mas tanta coisa me dá vontade de rir...
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 2 semanas
19 comentários:
"e quanto mais fundo descia nesse estado de espírito adolescente, mais me dava para escrever coisas profundas à brava."
E as imagens super rebuscadas e descrições ao milímetro?
De tantas mudanças e desorganização, não tenho nada que escrevi na adolescência além dos meus diários.
Deus é pai.
Tenho uma amiga que foi ao Perdoa-me pedir desculpa ao irmão porque lhe estragou a máquina de lavar. Receberam ambos na altura 20 contos.
Com a crise que ai anda até eu tenho saudades do Perdoa-me, já me estava a imaginar a receber €50 e a pedir.te desculpa por avacalhar o teu blog.
AHAHAHAHA
Já agora my love, sou a ex-Kitty dos Telhados, voltei em forma de LaranjaLimão :D
:) Eu sou ao contrário. Se o fim era deprimente, já não via, não lia, nem queria saber de nada. Sempre achei que para deprimente já bastavam os problemas da vida real. Ainda assim, sempre fui bem disposta e encontrei sempre o lado positivo em quase tudo. Às vezes não é o modo de ver a vida que conta. Mas o modo como se vive :)
Este é o melhor blog que eu sigo. Os post tem um humor de 5*. E se pensar que foi mãe à pouco tempo. No primeiro mes eu nem sabia a quanto andava quanto mais escrever assim tao bem.
Parabéns por este cantinho
Este blog é dos meus preferidos, revejo-me em tantos posts, em tantos detalhes, parabéns por escrever tão ebm e obrigada por partilhar com tantos!
Beijinhos
E eis que não é só o nome que temos em comum!
Também sempre fui um nadinha bipolar!!
;)
O máximo que o perdoa-me me conseguia arrancar era uma rápida mudança de canal.Acho que o meu sentido de humor não é tão refinado como o teu! :)
Já o meu sentido de drama...ui!
Melissa pois eu tenho pena de não ter guardado nada, hoje em dia os caderninhos inspirados davam uma bela garagalhada...
Laranja Kitty???????? Morri de saudades mulher.
crente comigo sempre foi: Se é deprimente manda vir! Nunca tive medo de sensações mais negras. Hoje em dia já me resguardo mais de coisas que me deitem para baixo...
CarlaB e eu hoje até estava um bocado neura pela privação de sono, venho aqui e leio o que escreveste. Obrigada por me teres feito sentir importante :) Sabes que vir aqui escrever é o que me tem impedido de ficar maluca. Isto não tem sido fácil...
Maria de Lurdes OBRIGADA eu. Fiquei corada, inchada e estupidamente convencida e às vezes preciso mesmo de me sentir assim....
Ana. Eu sabia que tinhamos que ter mais coisas em comum além do nome, mas desde já te digo que as Anas, regra geral, são umas gajas especatculares apesar da bi-polaridade :)
Ginguba não sabes o que perdias. Era esse e o All You Need Is Love. Pérolas, pérolas!!!!
A única emoção que passa por mim agora é mesmo o bocejo :P
Mas aposto que mudaste muito no que te faz rir. Eu deixei de achar tanta piada ao sarcasmo.
Eh pá eu cada vez me rio mais por menos. O meu sentido de humor só embrutece. Graças a Deus.
Gralha eu não me rio com qualquer coisa, mas rio-me cada vez mais de qualquer coisa. Isto fez algum sentido? hmmmmmm já me confundi a mim própria.
Melissa voilá.
Gosto do teu blogue! =)Continua, por favor, eheheh
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