Ela perguntava-lhe se ele era um homem romântico, pois só um homem tremendamente romântico poderia ter escrito o que ele havia escrito. Perguntou-lhe se idolatrava a mulher e se era capaz de tudo por ela, pois havia uma passagem no seu livro que...
Ele desviava o olhar e lutava contra a sua própria timidez. Notava-se que lhe era penoso dissecar o que havia escrito, que não gostava de fazê-lo, mas ela não reparava e prosseguia a cruzada das perguntas pessoais, fazendo ligações com frases que lera no livro.
Ele acabou por lhe atirar com voz doce, mas firme, que os livros, depois de escritos, já não lhe pertenciam.
Ela não entendeu a deixa. Eu pensei como jamais me ocorreria perguntar a um escritor, que partes daquilo que escrevera lhe pertenciam.
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