Mostrem-me tudo, menos velhinhos a arrumarem os seus pertences em sacos de plástico, a empacotarem a sua vida em sacos de supermercado, empilhados à porta de casa, porque não têm dinheiro para a renda.
Mostrem-me tudo menos as lágrimas dos mais idosos, confrontados com uma estrada sem saída e um passado sem utilidade, de onde avistam já o fim com clareza.
Mostrem-me tudo, menos vidas inteiras de trabalho e dedicação dentro de sacos de plástico.
Este país vive uma época muito dura, mas os nossos idosos e crianças deviam, respectivamente, olhar para trás e sentir que valeu a pena, olhar para a frente com a certeza de que valerá a pena.
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5 comentários:
Podes crer. Corta a alma.
Nem me fales... e depois há bestas que acham que temos que ser todos sem-abrigo estóicos!
Dá que pensar, não dá?
E realmente, num dia ouvir "Bestas de barriga cheia" dizerem que é a coisa mais natural ser-se sem-abrigo e noutro dia, ver o que já sabemos existir por todo o lado... olha, perdi a vontade de concluir o que ia dizer!
É que, ao menos, estas bestas calavam-se.
eu vi...e tive de sair da sala e ir fazer outra coisa, pois estava a custar tanto ver aquilo....
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