Quando dou por mim a torcer por um jogo do Porto com uma equipa estrangeira, ou quando vejo a minha pequenina filha portista a "torcer um bocadinho" pelos jogos do Benfica, pois que sabe que a mãe simpatiza mais com essa equipa, sei que nós, mulheres, pelos menos as mulheres aqui de casa, jogamos num campeonato paralelo.
Não entra no nosso frágil cérebro a hipótese de ficar em frente da televisão a fazer energia para que uma equipa portuguesa perca. É simplesmente superior às nossas forças. Posso até querer que isso aconteça, mas nunca consigo obrigar o meu corpo a fazê-lo. Acabo sempre a torcer pelos mais fracos, pelos mais tugas, pelos que os meus queridos gostam. E tenho noção de como isto poderá soar patético aos ouvidos dos adeptos profissionais.
Sou a mais falhada adepta de todos os tempos e nem tento sequer começar a penetrar na parte do cérebro masculino dedicada ao futebol.
Não consigo, nem acho que valha o esforço de tentar entender o que os move em momentos de guerra absoluta, de lanças nas mãos, gritando palavras de ordem, cuspindo-se, mijando os cantos do estádio, gastando rios de dinheiro pelo esférico, digladiando-se em palavras e socos psicológicos.
Já cheguei a uma altura da minha vida em que sei que há que aceitar certas coisas sem tentar discuti-las, ou dissecá-las e o futebol é uma dessas realidades.
Não tento entender, não julgo, não estudo, não discuto. Deixai-os nos rituais primitivos, eles têm que sair por algum lado e uma bola sempre é menos catastrófica do que uma guerra :)
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
2 comentários:
Com adeptos ferrenhos não há argumento nenhum que valha!
Além do mais, se a equipa é portuguesa (mesmo que 99.99999% dos jogadores sejam de outra nacionalidade) eu torço por ela!!
Concordo contigo MESMO!!! Também não entendo, mas olha já desisti de perceber.... essa imagem desse filme que colocaste mostra mesmo, aliás esse filme, mostra mesmo como são as mentes dos fanáticos por futebol...
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