quarta-feira, 28 de julho de 2010

Nós

A rotina, as tarefas diárias que desgastam, o cansaço, o comodismo, o pouco tempo para nós, conduzem-nos muitas vezes a uma distância que não pedimos. Chegamos ao final do dia e queremos apenas vegetar. Sim, eu sei que está tudo errado, que as super mulheres e as super mães arranjam sempre forças para serem sexys, bombásticas, carinhosas e amorosas com os maridos. Mas muitas são as noites em que adormeço mesmo antes de chegar à cama e em que sinto tanta vontade de me produzir, como de ir arrancar um dente a sangue frio.
Também são muitos os dias em que mesmo quando a pergunta é simples, a resposta sai torta. Mas tudo isto se explica, tudo isto tem forma e justificação, não é nada que chegue de mansinho e que não consiga nomear.
Só que hoje, quando o vi chegar mais cedo, cansado e encalorado. Tudo para poder levar a filha à praia. Hoje quando vi o olhar meigo dele na direcção da Alice, o coração que pára e dispara ao sabor do coração dos filhos, senti que estava ao lado da pessoa certa e que por muito que desapareçamos em detrimento dos filhos, tenho a certeza absoluta de que ressurgiremos com mais força depois de tudo isto.

5 comentários:

lucia disse...

Ai conheço tão bem esse filme, e o pior é quando acordamos cheias de energia e dizemos, hoje vai ser diferente e planeamos imensa coisa, um serão magnífico... e depois a energia vai-se toda ao longo do dia e quando chega o fim do dia mal podemos esperar por nos estendermos ao comprido!!!
Bjs

Naná disse...

Curioso, senti isso mesmo exactamente ontem... ver o meu companheiro vir de Lisboa super cansado mas assim que viu o filho, os olhos iluminaram-se com um brilho sem igual...!

3Picuinhas disse...

mesmo a sério: obrigado pelo texto e obrigado às outras "comentantes", sinto-me menos má e sobretudo, menos sozinha. afinal há mesmo mais gente igual a mim :)

R disse...

Cuidar de dois filhos a tempo inteiro não é fácil, é muito cansativo, pouca ou nenhuma energia fica para fazer programas a dois, que são tão necessários para o relacionamento do casal. Faz muita falta um tempinho só para os dois. Alimenta, renova e fortalece a relação. Mas tu querida Ana,como cachopa inteligente que és, tens de ver/tentar se pelo menos conseguem uma semana por ano só para ti e o Hugo, não consegues? Se calhar os avós até vos iam agradecer. Pensa nisso, para quando passar este braseiro, agora não te aconselho.

Cat disse...

São as melhores certezas da vida!