segunda-feira, 27 de maio de 2013

Toda a verdade sobre os vários primeiros encontros

Podia ser porreira e deixar sobreviver o engodo que existe desde o princípio dos tempos, de que somos mesmo o espanto que aparentamos ser nos primeiros encontros.
Mulheres compreensivas, extasiadas com todos os vossos raciocínios, rebolantes de riso com as vossas piadas, Miss Simpatia com os vossos melhores amigos, irrepreensíveis em todas as variáveis que vos são caras, mas quesefoda, acho que está na altura de ser sincera:
Nós não somos nada disso. Ou, pelo menos, não somos tudo isso para sempre.
E digo-vos mais, não tenho saudades rigorosamente nenhumas dos tempos em que tinha que representar o papel de mulher ideal, para conseguir conquistar alguém. Que exercício cansativo, meu Deus.
Esconder a minha rabugice, insegurança, neurose, vontade de ir à casa de banho, depilação duvidosa, arrotos esporádicos e incontroláveis, é do mais cansativo que existe.
O monstro acabará sempre por vir à tona e, acreditem, tentar recuperar o esplendor dos primeiros tempos é a missão mais frustrante que o ser humano pode empreender.
Tudo isto poderá levar, e leva muitas vezes, a que o homem, pobre vítima enganada, corra em busca de outro qualquer esplendor, da sensação fugaz de ser o centro do mundo para uma mulher, que o aprecia como se mais nada existisse à sua volta, mas, não se deixem enganar, dentro dessa mulher que vos come com os olhos e vos acha o ser mais espantoso da Criação, existe um monstro adormecido, à espera do conforto da rotina para se revelar.
E é isto. A única variante poderá estar no grau de chatice revelada ao longo dos anos, ou no momento mais precoce, ou tardio dessa revelação.

*Inspiradíssima numa entrevista feita pelo Connan a uma comediante sincera como tudo, que chegou a admitir que gostava de fazer amor deitadinha, sem grandes teatros, nem cansaços, cujo nome não me recordo:)

9 comentários:

Naná disse...

É cansativo sim, principalmente esconder que temos umas cabras dumas hormonas que nos dão surtos de mau feitio e nos fazem ir da sereia à medusa num instante!

Acho que vi essa entrevista, e creio que foi a Jenna Elfman que protagonizava o Dharma & Greg

Ana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana C. disse...

Naná, não foi essa actriz, foi uma comediante que eu nunca tinha visto ;)

Cat disse...

Tudo verdade Ana C mas não esqueçamos que o mesmo se passa do outro lado :)

Anónimo disse...

Ahahaha, também vi e tb não me lembro do nome mas que era uma ngaja bem resolvida, isso era!

Ana C. disse...

Cat, sabes que eu não tenho tanta certeza disso. Já dei por mim a pensar se não somos nós que fazemos grandes filmes nas nossas férteis cabeças, em relação a um homem normal.
Fazemos vários upgrades, imaginamos mudanças a nosso gosto e retoques aqui e acolá e depois nada disso acontece :)

Vânia Silva disse...

Sim, acho que nós mulheres fazemos mais filmes e esforçámo-nos muito mais (ás vezes inconscientemente) para tornar tudo mais mágico ou ideal. Os homens são mais básicos e do irreal ao real, dão passos bem pequenos.

http://saladosilenciocorderosa.blogspot.pt/

Espiral disse...

A mãe de uma amiga minha, na nossa adolescência cstumava dizer para mostrarmos o nosso pior que assim eles já sabem ao que vão..

Normalmente é o que acontece e não acho que tenha me dado mais mal por isso =)

Cat disse...

Quando começamos a namorar eu disse ao meu marido: "mas pensa bem, olha que eu tenho os piores defeitos das mulheres, sou insegura, ciumenta e possessiva". Ele não quis saber e agora eu posso sempre dizer :"eu avisei-te, agora não reclames!" :)