O mundo seria certamente um lugar melhor, se as pessoas guardassem mais para si certos pensamentos e ideias luminosas.
Absolutamente ninguém as questiona sobre coisa alguma, mas elas insistem em brindar-nos com a sua opinião, como se esta fosse imprescindível à nossa sobrevivência enquanto seres sensíveis.
A maior parte das vezes dão-na, de peito inchado e expressão de contributo social magnânimo.
Quando as escuto, às opiniões profundamente desnecessárias, imagino-me num filme do Tino, Tarantino, a desferir golpes de sabre, vendo as suas cabeças rolarem, caírem numa poça vermelha pastosa, mas ainda assim, e num banho de realidade desconcertante, apesar de ser um sonho que acalento com ternura, as cabeças separadas do resto do corpo continuam a ladainha.
Há as pessoas que não se mancam e há as pessoas que não sabem desferir golpes de sabre verbais e acabam cheias de feridas auriculares e em órgãos que pulsam com emoção. Pessoas como eu, entenda-se.
Fosse eu tão corajosa, como quando me encontro sozinha, a responder de forma brilhante, com horas de atraso e apenas dentro da minha cabeça, às opiniões fuzilantes dos outros, e seria uma pessoa mais bem resolvida, seja lá o que isso for.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 3 semanas
4 comentários:
Por aqui também! Tal e qual.
Tenho de começar a usar essa técnica de visualização tarantinesca, obrigada pela dica!
(porque o responder a tudo na hora também pode ser mau, muito mau)
Sabes o que te digo?! Nunca o provérbio "vozes de burro não chegam ao céu" fez tanto sentido para mim!
Eu, que sou uma pessoa rude do campo, ando há uma eternidade a tentar ser um bocadinho mais como tu. Porque a gralha tem razão, responder a tudo na hora também pode ser mau... Digo o que quero e o que não quero.
Por isso, gosto da ideia do sabre (para mim de luz, adepta que sou do Star Wars!), e das cabeças a rolar! É uma boa técnica!
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