Na escrita, tudo tem potencial para nos inspirar. Desde a pedra da calçada, ao cocó canino na estrada, a um texto de alguém.
Na leitura, há livros que nos recomendam, que excedem todas as expectativas e que, se não nos tivessem recomendado, jamais teríamos pegado neles.
É claro que não vale a pena mencionarmos a inspiração que nos chegou da pedra, ou das entranhas de um bicho, pois que eles nada entendem de musas inspiradoras. Agora quando leio algum texto e surge em mim a vontade de escrever sobre a mesma coisa (gralha e Melissa vós tendes esse dom de me provocar frémitos de inspiração), eu menciono e, quando a preguiça ainda não tomou conta dos meus dedos, pasme-se, até deixo um link.
O mesmo quando me recomendam um livro (minha guru literária e não só). Eu gosto de distribuir os créditos a quem de direito.
Daí a cólica (eu sou muito dada a cólicas) subjacente aos meus encontros com espaços virtuais que vivem de inspiração alheia e que a tomam como sua.
Percorro espaços repletos de temas, em que apenas um, ou dois temas (os mais desinteressantes, diga-se de passagem) saem da cabeça do autor.
Tudo o resto é copiado, inspirado, respirado de outro sítio qualquer. Desde as fotos, aos temas, ao pénis.
Passamos o tempo todo com aquela frase "onde é que eu já vi/li isto?".
E isso maça-me.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 mês
2 comentários:
faquiú, ia escrever absurdamente o mesmo, mas em dois parágrafos - já tinha até título para o post.
ODEIO quem "esquece" as referências. Seja em posts de blogs, em piadolas e até mesmo ao próprio passado (pessoas que mudam de opinião sem o dizer, como se sempre tivessem pensado da maneira X e não Y, também me enlouquecem).
Enfim, mas inspiração sem referência não é inspiração, é pilhagem, é roubo, é feio. Ah, e todo mundo nota.
Toda a gente repara, como diz a Melissa. Portanto, tristes os que vivem exclusivamente da inspiração dos outros e nem sequer o reconhecem.
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