A covinha entre o pescoço e o ombro da minha filha é onde gosto de me refugiar quando alguma coisa menos boa me toma de assalto o pensamento. Sei precisamente a medida do conforto que irei sentir assim que a abraçar e esconder o rosto ali, naquele exacto ponto de carinho. Conheço o cheirinho, a textura, o calor de olhos fechados, viajando para dentro do coração dela a cada batida que escuto.
Ele aprendeu a descobrir-me o olhar quando lhe dou o biberão e a deixar escorrer o leite pelos cantos da boca enquanto me sorri da forma mais tonta e mais adorável possível. Desperdiça o seu bálsamo alimentar só para me sorrir e eu adoro. Por muito sono, má disposição, rabugice, pensamentos negativos que estejam a alugar o meu espaço mental, nesses momentos o mundo pára e eu sorrio-lhe de volta.
Às vezes são mesmo os pequenos nadas que nos dão tudo e o tudo é fácil de alcançar. Basta estarmos atentos.
Grandes diálogos: O Apartamento
Há 1 mês
5 comentários:
A magia da intimidade com os nossos filhotes é mesmo insubstituível e impagável. Alimenta-nos a alma. Boa semana (de preferência, com mais noites bem dormidas)
Entendo-te tão bem.
Há momentos em que me sinto tão perdida nas decisões que tomo, no rumo da minha vida, nos eternos "ses"... mas são pequenos nadas como tu referes e que estão SEMPRE relacionados com os nossos filhos que nos enchem a vida de sentido...
Aproveita, cada minuto que podes estar assim com os teus filhos. São momentos únicos que nos deixam muita saudade. Vais ver como eles crescem depressa. Começamos a perdê-los um pouquinho no primeiro dia de escola, quando têm 6 anos. Depois a cada dia que passa, vamo-nos dando conta que os nossos meninos estão a crescer e a sair debaixo das asas.
Desejo que o teu pequenino tenha tomado o gosto de dormir 8 h. seguidas e continue.
O Gabriel sorriu tarde, bastante mais tarde do que os outros bebés (ele tem mesmo o ritmo dele, fazer o quê.) Mas das coisas que me lembro que eu adorava era, aí até aos dois meses, no máximo, depois do biberão, ele atirar a cabeça para trás num sorriso involuntário e lá ficar, completamente relaxado e esparramado, a curtir a saciedade. Vou ver se encontro uma foto para te mostrar.
Eles dão trabalho mas caraças, são tão fofos.
Li algures que devíamos ter um caderninho só para ir fazendo uma lista dos pequenos momentos do dia que nos fizeram felizes, e depois ir ler quando estamos com a neura. Tenho para mim que seria capaz de encher cadernos inteiros com os momentos que os meus filhos me proporcionam!
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