domingo, 25 de abril de 2010

Basta Estarmos Atentos

A covinha entre o pescoço e o ombro da minha filha é onde gosto de me refugiar quando alguma coisa menos boa me toma de assalto o pensamento. Sei precisamente a medida do conforto que irei sentir assim que a abraçar e esconder o rosto ali, naquele exacto ponto de carinho. Conheço o cheirinho, a textura, o calor de olhos fechados, viajando para dentro do coração dela a cada batida que escuto.
Ele aprendeu a descobrir-me o olhar quando lhe dou o biberão e a deixar escorrer o leite pelos cantos da boca enquanto me sorri da forma mais tonta e mais adorável possível. Desperdiça o seu bálsamo alimentar só para me sorrir e eu adoro. Por muito sono, má disposição, rabugice, pensamentos negativos que estejam a alugar o meu espaço mental, nesses momentos o mundo pára e eu sorrio-lhe de volta.
Às vezes são mesmo os pequenos nadas que nos dão tudo e o tudo é fácil de alcançar. Basta estarmos atentos.

5 comentários:

gralha disse...

A magia da intimidade com os nossos filhotes é mesmo insubstituível e impagável. Alimenta-nos a alma. Boa semana (de preferência, com mais noites bem dormidas)

Rita disse...

Entendo-te tão bem.

Há momentos em que me sinto tão perdida nas decisões que tomo, no rumo da minha vida, nos eternos "ses"... mas são pequenos nadas como tu referes e que estão SEMPRE relacionados com os nossos filhos que nos enchem a vida de sentido...

R disse...

Aproveita, cada minuto que podes estar assim com os teus filhos. São momentos únicos que nos deixam muita saudade. Vais ver como eles crescem depressa. Começamos a perdê-los um pouquinho no primeiro dia de escola, quando têm 6 anos. Depois a cada dia que passa, vamo-nos dando conta que os nossos meninos estão a crescer e a sair debaixo das asas.
Desejo que o teu pequenino tenha tomado o gosto de dormir 8 h. seguidas e continue.

Melissa disse...

O Gabriel sorriu tarde, bastante mais tarde do que os outros bebés (ele tem mesmo o ritmo dele, fazer o quê.) Mas das coisas que me lembro que eu adorava era, aí até aos dois meses, no máximo, depois do biberão, ele atirar a cabeça para trás num sorriso involuntário e lá ficar, completamente relaxado e esparramado, a curtir a saciedade. Vou ver se encontro uma foto para te mostrar.
Eles dão trabalho mas caraças, são tão fofos.

c disse...

Li algures que devíamos ter um caderninho só para ir fazendo uma lista dos pequenos momentos do dia que nos fizeram felizes, e depois ir ler quando estamos com a neura. Tenho para mim que seria capaz de encher cadernos inteiros com os momentos que os meus filhos me proporcionam!