segunda-feira, 12 de abril de 2010

Quando eu Bater as Botas

Cada um tem a sua visão da morte. Cada um a imagina à sua maneira, uns escudados numa qualquer religião, outros sem nada além de um grande espaço vazio à sua frente.
Uns dizem também de forma idílica que não gostariam de ser chorados, nem de ver lágrimas derramadas à sua partida. Querem sorrisos, não querem deixar saudade, mas apenas boas recordações.
Ora que me desculpem os que pensam assim, é de facto bonito e em teoria ideal, mas porra eu cá ficaria extremamente lixada se lá de cima, ou lá debaixo visse que ninguém derramava uma, uma lágrimazinha que fosse à minha partida, se não deixasse nem um bocadinho de saudade aos que cá ficassem e se a malta toda se pusesse a sorrir no meu funeral.
Seria caso para gritar de onde quer que estivesse:
Ó malta, sim ó vocês que me conheciam?! Isso mesmo. Querem umas cebolas para esfregar nos olhinhos? Vão-se lixar sim?

9 comentários:

Melissa disse...

Nem mais. Mas que merda é esta, ando eu cá a fazer filhos e a cuidar de amigos para ninguém dar um fungado mais forte?

Eu viro uma assombração! Ai, viro, viro.

Precis Almana disse...

Ahahahah
Fora de brincadeiras, lembro-me de sentir uma tristeza profunda com a morte da minha avó materna. E lembro-me de querer estar sozinha no trabalho, de querer ir almoçar sozinha, de estar mesmo em luto e de isso ter durado umas semanas. Curiosamente não me lembro de ter deitado uma lágrima... Morreu há 10 anos e lembro-me imensas vezes dela, acho que não lhe dei o devido valor em vida.

Quanto à minha morte, quem não me liga nenhuma agora também escusa de aparecer :-)

gralha disse...

Desconfio que este post foi inspirado por um certo blogue que eu cá sei...
Cá para mim, o que imagino (ao fim de 93 anos de vida) é uma coisa pequenina, só com os meus filhos (inconsoláveis), as minhas noras (a disfarçar o alívio) e os meus netos a ler lindos poemas escritos por eles e a plantar uma oliveira nova no pátio do Monte alentejano onde passei os últimos 30 anos.

Pinkk Candy disse...

olá =) eu cá desconfio que quem não derrama lágrimas, ou que não sofre nada por quem parte, deve pertencer a alguma seita religiosa, daquelas que fazem lavagens cerebrais aos seus seguidores.

I. disse...

Cada um faz o luto à sua maneira, e não há formas certas ou erradas de encarar a morte de alguém. Mas uma pessoa tem todo o direito a sofrer, chorar, e mesmo revoltar-se. Eu tenho!

LaranjaLimão disse...

Sabes o que te digo... tu queres é aparecer!
http://www.youtube.com/watch?v=Tt8IzMNtiRw

EU SOU EU disse...

Eu pessoalmente sou "adepto" dos funerais em que se festeja a vida de quem bateu as botas... gosto e gostava que fosse assim o meu daqui a muitos e muitos anos... o facto de se festejar, celebrar a vida de quem morreu, não significa que não se derrame umas quantas lágrimas...ou não se sinta saudade...significa para mim...que quem morreu deixou em nós um rasto de alegria por ter passado na nossa vida...a sua vida modificou a nossa...e isso é o que se celebra...saudades...lágrimas isso acontecem sempre..

Petra disse...

olha pois por mim bem podem chorar baba ranho espuma sangue tudo!
é sinal que deixei história feita!
lollll va umas pingas mas lembrem-me taaaa.
beijo

Lia disse...

mesmo! então ninguem sente a falta? só se n marcamos ninguém... tem algum jeito?